terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Artigo de TCC - Pós Graduação em EAD

EAD: CONCEITOS E DADOS RELEVANTES

Émerson Serandin
Curso de Pós-Graduação em Educação a Distância
Pólo de Catanduva, SP
Orientadora: Profa. Ms. Caroline Petian Pimenta Bono Rosa

RESUMO

Há tempos, a EAD tem sido aplicada no Brasil e no mundo como importante modalidade de ensino. a EAD aliada ao aprendizado eletrônico além de eficiente é também uma opção inovadora e promissora para a educação. Novas tendências tecnológicas, recursos eletrônicos, aprendizado digital e ensino a distância entre outros, tornaram-se atributos e aplicações diferenciadas no processo educacional. O objetivo desse trabalho é evidenciar as aplicações EAD, destacar suas principais características e relatar sua atual conjuntura no Brasil.


Palavras-Chave: EAD, conceitos, educação


INTRODUÇÃO


A EAD descreve uma forma de educação em que estudantes interagem com professores e membros de uma equipe pedagógica ou com uma metodologia eletrônica de ensino que estão localizados fora da convencional sala de aula e envolve também a obtenção de conhecimento por outros meios, como softwares de ensino.
Um programa educacional em EAD pode utilizar as novas tecnologias de transmissão de informação, como a videoconferência, teleconferência, Internet, intranet, realidade virtual, softwares e vídeo-aulas transmitidas via satélite, de modo a oferecer cursos de formação e ou especialização.
Esse trabalho é uma pesquisa sobre a situação atual da EAD no Brasil com suas principais características, aplicações, modalidades, fraquezas e potencialidades. Mostra também a realidade da EAD: cursos, escolas, alunos, aceitação no mercado de trabalho, novas perspectivas e desafios a serem alcançados.
No ambiente acadêmico, a EAD oferece novas perspectivas utilizando a tecnologia da informação e da comunicação. Em alguns casos é uma inovação educativa, em outros é um aliado na democratização do acesso ao ensino.
O Ensino a Distância cresce não só de forma quantitativa em estrutura, número de adeptos, mas também visa o crescimento em qualidade de ensino. A globalização e a rapidez das inovações tecnológicas estão exigindo cada vez mais agilidade, eficácia e formação contínua.
Saber qual é a realidade da EAD no Brasil e projetar um possível cenário para o futuro, é sem dúvidas, um grande desafio além de poder contribuir para os rumos da EAD.
Este trabalho investiga se A EAD é uma modalidade revolucionária de ensino e integradora nos quesitos qualidade, teoria/prática e formação para o mercado de trabalho e vida social. O objetivo principal é analisar a prática educacional do Ensino a distância nas Instituições de Ensino e a vivência acadêmica, profissional e social de professores, tutores e alunos. Para tanto, foram aplicados questionários como forma de Pesquisa Estruturada a profissionais envolvidos diretamente na prática social e profissional da EAD.




1. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


A Educação a Distância (EAD) compreende uma prática educacional onde alunos e professores interagem a distância ou não necessariamente no mesmo lugar. As aulas são mediadas por tecnologias de informação e comunicação (TIC) como salas virtuais, mídias digitais e ferramentas de comunicação como chats, fóruns, grupos de estudos e ambientes de aplicação.
Diferente do Ensino Tradicional a EAD promove a auto-aprendizagem caracterizada nesta modalidade, onde o aluno é realmente incentivado a praticar a construção de seu conhecimento, favorecendo a pesquisa, censo crítico e determinação em alcançar seus objetivos, além atender um número de alunos impossível de atingir no ensino tradicional.
Segundo Peters (1983) a EAD é um modelo educacional industrializado de ensinar, capaz de atingir um número exponencial mesmo fora do tradicional ambiente escolar:

Estudo a distância é um método racionalizado de fornecer conhecimento que permite o acesso aos estudos universitários a um grande número de estudantes independentemente de seu lugar de residência e de ocupação (p. 111).

Muitas vezes, na modalidade de ensino chamada de tradicional, a figura do Professor é mais evidenciada, sendo este profissional detentor de todo o conhecimento e único responsável pela transmissão do conhecimento, sendo o aluno mero telespectador da aula. Na EAD o professor exerce a função de orientador/facilitador de todo o conteúdo aplicado ao aluno e também existe a figura do Tutor, designado a ajudar em sala de aula e também facilitar e orientar o aluno na busca do conhecimento.
Outro fator importante evidenciado na EAD é a interatividade, com a aplicação de exercícios e participação conjunta em diversas atividades, aumentando o índice de dedicação do aluno, ou até mesmo condicionando-o, uma vez que no ensino tradicional a incidência de dedicação em atividades é menor em função da sensação de se estudar mais por ser um curso diário regular presencial.
Há quem defenda a idéia de coexistência entre EAD e AMT (aprendizagem mediada por tecnologia) desmistificando essa tese sobre o fato de ser à distância onde alunos e professores ficam separados. Em um ambiente virtual é possível o professor estar bem à frente do aluno, podendo responder a perguntas, participar de debates e desenvolver todas as atividades coloquiais de uma sala de aula convencional.
A utilização de computadores na educação com o conceito de e-learning (educação ou aprendizagem eletrônica) facilita a aprendizagem, na medida em que torna o ambiente de estudo mais flexível, incentivando a aquisição de conhecimentos. Temos acesso a um volume de informação largamente superior àquele que os meios tradicionais nos podem fornecer, residindo à dificuldade na seleção da qualidade e pertinência do material de estudo.
Os recursos tecnológicos vieram para mostrar outra forma de atuar, auxiliando o homem no seu dia a dia. Nesse aspecto de fundamental importância faz-se necessário a alfabetização da imagem, ou seja, o aprendizado de forma crítica, da leitura dos meios de comunicação e suas utilidades no contexto em que estão inseridos buscando sempre a transformação da realidade em que vivemos onde a participação de todos seja efetiva consolidando o conceito de interatividade.
Os diversos e sofisticados recursos da tecnologia da informação e comunicação contribuem para o crescimento do ensino a distância que cada vez mais usufrui desses recursos para quebrar a barreira da distância, gerar maior interatividade e motivar ainda mais o aluno, tornando as aulas e atividades mais dinâmicas. Isso acontece, devido a grande vantagem de mesclar inteligência humana com a tecnologia.
São inúmeras e quase infinitas em suas possibilidades, as tecnologias empregadas em EAD. Ferramentas como fóruns e chats, acessíveis ao aluno como complemento interativo. Através de ambientes on-line é possível a navegação por sites, cyber-espaços na intranet, portais educacionais, plataformas com acesso extranet e todos os recursos multimídia.
Ainda na internet ganham evidência sites e plataformas antes usadas apenas como redes de relacionamento, comunicação e divertimento como Youtube, Orkut, FaceBook, Twitter, SecondLife, Podcast, agora também aproveitados no ambiente de troca de informações, interatividade e busca pelo conhecimento. Como geralmente o aluno está acostumado e familiarizado com esses recursos presentes em seu dia a dia, de maneira espontânea ele acaba se envolvendo com mais facilidade e prazer.


2. DIDÁTICA NA EAD


Independente da modalidade de ensino, seja ela de caráter ortodoxa ou interativa, a didática nos remete a um pensamento de enorme consideração e estima para com toda a estrutura de aprendizagem.
Didática é a disciplina que estuda os objetivos, conteúdos, meios e condições do processo de ensino, tendo em vista as finalidades educacionais, que são sempre sociais. Uma educação de caráter lúdico e especialmente cognitivo desenvolve no aluno uma capacidade ímpar de superar suas limitações de aprendizado e se libertar de suas mazelas sociais
Na EAD a preocupação com a didática é mais evidente. No ensino tradicional as principais características são o professor e a sala de aula, assim, há uma falsa impressão que nessa modalidade se aprende e na educação à distância, por envolver uma série de tecnologias e interatividade, ainda que em alguns casos consiga reproduzir com excelência o típico ambiente escolar, o julgamento do aprender é questionado, desta forma, a preocupação com a didática se torna referência e mais presente no conteúdo da EAD.
Ghiraldelli Junior (1990) acredita que a didática estuda a ligação da prática educacional com a social: “ciência que estuda (investiga) a teoria e a prática da educação nos seus vínculos com a prática social global”. A ela cabe:
• Converter objetivos sociopolíticos e pedagógicos em objetivos de ensino;
• Selecionar conteúdos e métodos em função desses objetivos;
• Estabelecer vínculos entre aprendizagem e ensino, tendo em vista as capacidades dos alunos.
A didática deve trabalhar no sentido de ir além dos métodos e técnicas, procurando associar teoria e prática e mediar à essência da pedagogia com a educação formadora social. Desta forma cabe ainda a didática fomentar uma educação capaz de diminuir o abismo que existe entre a formação acadêmica e o mercado de trabalho
No ensino tradicional, o professor é o centro do processo e o aluno é o ser passivo e receptivo. Nesta relação está talvez a notória diferença entre a didática do ensino tradicional e a didática no ensino a distância.

3. ALGUNS DADOS E NÚMEROS DA EAD NO BRASIL


Existem muitas pesquisas relacionadas à EAD que apresentam informações e informações relevantes sobre a aplicação educacional a distância, mediada por tecnologias e também comparações com o ensino tradicional. Geralmente essas pesquisas precisam ser analisadas e interpretadas para podermos depois cruzar essas informações com dados de outras pesquisas e obtermos conteúdo pertinente acerca do assunto.
Em outubro de 2009, aconteceu na cidade de São Paulo, o Seminário "Ensino a Distância e Banco de Dados sobre o Ensino Superior", onde Pesquisadores apresentaram alguns resultados da EAD no Brasil. O Seminário contou com a participação de dois pesquisadores de ponta do Brasil: João Vianney (IESB ) e Fredric Litto (ABED ).
Vianney, grande defensor das tecnologias aliadas à educação, acredita que a problemática do ensino superior brasileiro é específica pela própria demora na criação das universidades no Brasil. A situação, afirmou, é bastante diferente da Europa e nestes casos não há uma necessidade tão ampla de inclusão. "Mas a questão central é: a EAD vai bem ou mal no Brasil?", questionou Vianney. O primeiro curso de graduação nacional com a utilização da EAD ocorreu em 1994, na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMG). "Em 2000 tínhamos apenas 10 cursos e 1600 alunos. Sete anos depois, o último dado que temos representa que já tínhamos 400 cursos de graduação e 369 mil alunos", afirmou. "É um número que já representava naquele ano 7% da matricula total, o que forçou o crescimento do ensino superior no Brasil e representou o desenvolvimento brasileiro no uso de tecnologias na educação", completou.
Os estudos do professor do Instituto de Educação Superior de Brasília também trouxeram um breve perfil do aluno de educação a distância no Brasil. Segundo Vianney, 52% são casados (contra 19% na educação presencial) e a maior parte tem renda baixa. "O aluno da EAD muitas vezes é o primeiro da família que está na universidade, e traz um perfil muito diferente dos alunos do ensino presencial", completa.
Outra informação bastante rica e apresentada nesse evento é que no Brasil, a EAD já atende 14% da população com necessidades especiais, outra demonstração de que facilita o acesso público.
Pesquisas mostram que um em cada 73 brasileiros estuda a distância. Mais de 2,5 milhões de brasileiros estudaram em cursos com metodologias a distância no ano de 2007, segundo levantamento feito pelo Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância (AbraEAD), em sua edição 2008.
Veja na tabela abaixo os resultados do observatório de projetos de educação a distância do AbraEAD 2008:
Número de brasileiros em cursos de Educação a Distância
Instituições credenciadas e cursos autorizados pelo Sistema de Ensino (AbraEAD/2008) EJA, Fundamental, Médio, Técnicos, Graduação, Pós-graduação 972.826
Educação corporativa e Treinamento em 41 empresas (AbraAED/2008) Formação de funcionários, colaboradores e fornecedores 582.985
Senai Formação inicial e continuada de trabalhadores (exclui os cursos de formação técnica de nível médio e de pós-graduação) 53.304
Sebrae Cursos para empreendedores: Análise e planejamento financeiro, Aprender a apreender, Como vender mais e melhor, De olho na qualidade, Iniciando um pequeno grande negócio e Desafio Sebrae 218.575
Senac Programas compensatórios de matemática e português e cursos de formação inicial e continuada, nas áreas de informática, gestão, comércio, saúde e turismo e hospitalidade. 29.000
CIEE Cursos de iniciação profissional 148.199
Fundação Bradesco Escola Virtual 164.866
OI Futuro Tonomundo 175.398
Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação (Seed/MEC) Proformação, Proinfantil, Tecnologias na Educação e Formação pela Escola* 8.552
Governo do Estado de São Paulo Rede do Saber: Crônica na Sala de Aula, Se Toque, Progestão, Viva Japão, PEC Formação Universitária Município, Curso de Pregão Eletrônico, Convênio com Escola Paulista de Magistratura, Videoconferências do Centro Paula Souza, Curso de Iniciação Funcional para Assistentes Sociais do Tribunal de Justiça. / Departamento de Informática Educativa (DIE/FDE):Interaction Teachers, Interaction Students. ** 119.225
Fundação Telefônica Educarede (Projetos Minha Terra, Memórias em Rede, Coisas Boas 2007 e Rede de Capacitação) 9.000
Fundação Roberto Marinho Telecurso TEC e Multicurso Ensino Fundamental, Tecendo o Saber, Projetos de Formação Educacional, Travessia e Poronga 22.553
TOTAL 2.504.483
Tabela 1
FONTE: as próprias instituições citadas e AbraEAD/2008. - http://www.abraead.com.br/noticias.cod=x1.asp acessado em 07/11/2009
* Não foi incluído o projeto Mídias na Educação (20 mil alunos) já que estes foram informados pelas instituições de ensino na pesquisa AbraEAD, citada em outro item da tabela.
** Três projetos realizados em conjunto com o MEC foram incluídos na lista de alunos apresentada pelo Seed/MEC

4. PESQUISA E RESULTADOS OBTIDOS


Para o desenvolvimento desse estudo, foi desenvolvido um questionário como ferramenta de pesquisa. Responderam aos questionários 15 alunos de ensino tradicional, 15 alunos de EAD, 1 tutor, 1 professor em EAD e 1 empregador.

Para o primeiro grupo de entrevistados, os 15 alunos de ensino tradicional, as perguntas foram as seguintes:
1. Você conhece sobre Educação a Distância?
2. Qual sua opinião sobre EAD?
3. Faria um Curso EAD? Por quê?
4. Que resultado conseguiu com sua formação tradicional?
5. Está em busca do que em sua carreira?
6. Que nota você avalia sua formação no quesito aceitação/entrada no mercado de trabalho de 0 – 10?

Na primeira questão, sobre conhecer EAD, 80 % dos entrevistados responderam sim os outros 20% disseram que não tem conhecimento.
Na avaliação ruim, bom ou ótimo, 25% acreditam que a educação a distância é ótima e 75% classificaram como boa.
Sobre a questão se faria um curso EAD e por que, 60% dos entrevistados disseram com convicção que fariam um curso EAD por praticidade, conveniência, rapidez e por depender em muito da própria vontade em aprender e construir seu conhecimento. Um entrevistado declarou ser tímido e às vezes ficar inibido de perguntar as coisas para os professores na sala de aula, e hoje em dia, de acordo com suas necessidades acaba pesquisando e encontrando soluções, desta forma se identifica com a EAD. 20% não fariam alegando não ter disciplina para auto-estudo e por ver importância na relação presencial e 20% dos entrevistados disseram talvez, por dar preferência ao presencial ou no caso de ser um curso no qual eles não tivessem acesso, como um curso internacional.
Com a formação tradicional, 67% acreditam tem conseguido ótimos resultados, 27% bons resultados e apenas um dos entrevistados acredita ter obtido resultados não satisfatórios.
27% estão em busca de reconhecimento, 13% buscam um melhor currículo, 47% almejam o mercado de trabalho e 13% buscam realização pessoal e sucesso profissional.
Na última pergunta os entrevistados deram nota de 0 a 10 de maneira holística sobre a aceitação/entrada no mercado de trabalho, ficando essa nota com média 7.

No segundo grupo de entrevistados, foram feitas as seguintes perguntas para 15 alunos de EAD:
1. Qual sua opinião sobre EAD?
2. Está contente com a escolha da modalidade EAD?
3. Quais são os pontos fortes?
4. O que não gosta e/ou mudaria?
5. Como conheceu os cursos a distância?
6. O que espera alcançar?
7. Faria outro curso EAD?
8. Que nota você avalia sua formação em andamento?
9. Qual sua avaliação sobre a expectativa de aceitação/entrada no Mercado de trabalho de profissionais formados em EAD?

Sobre a EAD, 13% julgaram como bom e 87% dos entrevistados consideram como ótimo o formato a distância e todos sem exceção disseram estar contentes com a escolha de um curso EAD.
Os alunos apontaram o que eles consideram ser pontos fortes na EAD: praticidade, disponibilidade de tempo, flexibilidade, material didático, qualidade dos docentes, atividades e preço.
A respeito do que não gostam e/ou mudariam, eles consideraram: muita matéria em pouco tempo, com isso não conseguem fixar bem os assuntos, matérias não terminam de acordo com o cronograma, intervalos maiores durante as aulas para discussão e ratificação da matéria, mais praticidade nas aulas. Um entrevistado suscita a hipótese de menor carga de matéria no dia e mais aulas na semana.
As indicações lideram o ranking de como os alunos tomaram conhecimento dos cursos EAD. Veja no gráfico:

Gráfico 1


De acordo com suas perspectivas, 67% almejam mercado de trabalho enquanto 33% esperam alcançar um melhor currículo.
73% fariam com certeza outro curso EAD e 27% disseram talvez.
A média da nota de avaliação (0-10) sobre a formação em andamento foi 8. Sobre as expectativas de aceitação/entrada no mercado de trabalho, a média foi 7.
Os alunos entrevistados ainda colaboraram com algumas considerações: acreditam que a EAD é o futuro e vai revolucionar o ensino apesar de sentirem ainda a existência de certo preconceito e que é preciso haver mais integração entre o Pólo e a Faculdade,
Traçando um paralelo entre as expectativas do aluno formado no ensino tradicional e do aluno EAD temos:

Gráfico 2

Para a entrevista com o tutor em EAD, foram feitas as perguntas:
1. Há quanto tempo trabalha / está envolvido com EAD?
2. Quais dificuldades você encontra?
3. O que não gosta e/ou mudaria?
4. Quais as diferenças em trabalhar na EAD com relação ao ensino presencial tradicional?
5. Que feedback você recebe dos alunos?
6. Qual sua avaliação de 0 a 10 para o seu desempenho em geral no processo educacional EAD?

O tutor trabalha a 1 ano e 9 meses em EAD e também atua como docente no ensino tradicional.
Para ele, as dificuldades são estão relacionadas a administrar as falhas de transmissão, de comunicação das aulas via-satélite, uma vez que as falhas dessa natureza não podem ser solucionadas por ele.
Indagado sobre o que não gosta e/ou mudaria, ele relata: mais rigor no planejamento, aulas mais didáticas e mais acessíveis aos alunos e instruções mais claras e objetivas para o pólo.
Considerando as diferenças, no presencial ele é o detentor do domínio da aula, por exemplo, ao formular uma atividade sabe exatamente o que quer como resultado, já na EAD, sabe quais são os objetivos do professor, mas não pode passar por cima da autonomia dele.
Como feedback o tutor diz que os alunos dizem gostam e aprovam o EAD. Realmente aprendem, mas acredita que o sistema EAD não é para qualquer um, mas sim para pessoas persistentes e autodisciplinadas, caso contrário o aluno desiste do curso.
A nota avaliativa para o seu desempenho em geral no processo educacional EAD é 7, concluindo que a EAD ainda tem muito a evoluir e que em função das tecnologias de informação e comunicação não tem a sensação de ser a distância.

Em seguida foi entrevistada uma professora em EAD, com as perguntas:
1. Há quanto tempo é docente?
2. Há quanto tempo dá aula em EAD?
3. Quais dificuldades encontra?
4. O que não gosta e/ou mudaria
5. Quais os diferenciais em trabalhar com EAD comparado com o tradicional?
6. Qual o feedback dos alunos?
7. Considerações?

A professora é docente no ensino presencial há 4 anos e 8 meses e há 4 anos e 5 meses em EAD.
O maior desafio é usar nas aulas métodos e ferramentas didáticas que "minimizem" a distância entre vocês alunos e nós docentes. Acredito ser este o meu objetivo mais importante ao preparar uma aula para os cursos em EAD: aproximar a aula dos alunos, tornar a participação do aluno imprescindível para o desenvolvimento da aula.
Sobre o que não gosta e/ou mudaria a professora relata as ferramentas de participações quantitativas. Existem ferramentas, como a ferramenta "Fórum" que é utilizada em muitos cursos de EAD que atribuem nota pela quantidade de acessos dos alunos. Assim, essas ferramentas não permitem uma avaliação qualitativa do desempenho do aluno, e nem mesmo que a atividade realizada seja produtiva.
A professora acredita que são muitos os diferencias em EAD e dentre os mais relevantes destaca:
• O uso de diferentes mídias que contribui pedagogicamente para as aulas e o ensino das diferentes disciplinas;
• O acesso ao maior público, uma das maiores forças da modalidade EAD e a que a torna ainda mais gratificante para nós docentes;
• O desafio de trabalhar com diferentes métodos que auxiliam a construção da capacidade de auto-aprendizagem nos alunos.
Relata duas situações de opiniões: os alunos questionam muito a distância, no sentido de sentirem-se desamparados pelos docentes e pela instituição. Esta é uma questão que estamos constantemente buscando novas formas de solucionar, apresentando para o aluno novas formas de integração e inserindo no modelo dos cursos novas ferramentas que aproximam os alunos entre si e com a instituição. A outra situação é o desempenho final, os alunos da EAD vêm apresentando desempenhos superiores aos alunos dos cursos convencionais, o que nos estimula a continuar as buscas por novos métodos, pois nossos alunos vêm respondendo positivamente a eles.
Termina dizendo que o fato de os alunos da EAD terem apresentado alguns desempenhos superiores aos alunos dos cursos convencionais, levantou uma questão bastante discutida atualmente pelos estudiosos da área de que pode haver uma tendência de convergência entre essas duas modalidades de ensino, para que o melhor de cada uma seja integrado em um modelo único no futuro.

O último entrevistado foi um empregador que se relaciona no trabalho com profissionais formados em cursos convencionais e profissionais formado em EAD:
1. Você vê diferença na qualidade e rendimento de um profissional formado em EAD e um formado no ensino tradicional?
2. Você faria um curso à distância? Por quê?
3. Quais paradigmas precisam ser quebrados sobre o profissional formado na EAD?
4. A empresa faz alguma diferença na contratação ou remuneração dos profissionais?

Apesar dos cursos convencionais e a distância apresentarem características peculiares, o entrevistado que é diretor pedagógico não vê diferenças na qualidade e rendimento entre profissionais formados em EAD e formados no ensino tradicional, porém acredita que o mercado ainda não oferece tantos profissionais com formação em EAD. Observa que o aluno que freqüenta uma faculdade que oferece ensino a distância, possui um perfil diferenciado, tanto na maturidade quanto nos seus objetivos de vida, isto lhe dá um diferencial para um futuro emprego.
Por ter considerar como fator determinante, a dedicação do aluno durante o curso, ele faria um curso EAD. Primeiro buscaria informações sobre a instituição a freqüentar. A partir daí não vê problemas em cursar EAD, mesmo porque a capacitação de um aluno é completa, ele vai ter formação acadêmica e fontes de consulta capaz de integrá-lo em qualquer mercado de trabalho.
O principal paradigma a ser quebrado em sua opinião é de que o curso é "vago", ou seja, ele vai concluir sem esforço nenhum ou aprendizagem necessária para ocupar seu espaço no campo profissional.
Conclui afirmando que a empresa não faz diferença quanto à contratação ou remuneração dos profissionais formados em EAD ou não. Qualquer empresa tem que ser objetiva na contratação de um profissional: qual o perfil e o conhecimento necessário para a escolha, desta forma, se o profissional se enquadrar no buscado pode perfeitamente ser contratado sem existir diferencial na remuneração.


CONSIDERAÇÕES FINAIS


A EAD em muitos casos é citada como forma revolucionária de ensino, onde além do cenário da tradicional sala de aula, temos ambientes virtuais, tecnologias e práticas integradoras, incorporando ao escopo de ensino novas formas de aprendizado.
É notável o crescimento da EAD, uma modalidade educacional bastante contundente podendo oferecer excelentes resultados.
Não existe modalidade de ensino melhor ou pior, porém, as formas de ensino podem destoar quanto a excelência no processo se aprendizagem, instituições, cursos, aulas, profissionais, etc.
A qualidade na educação não está ligada à modalidade de ensino e sim a questões pertinentes ao formato pedagógico e outros requisitos. Na EAD esses requisitos são: planejamento adequado, profissionais capacitados, material didático com conteúdo de qualidade, tecnologias aplicadas e integração do ambiente escolar, ainda que virtual, com o aluno.
A EAD ajudou a democratizar o acesso à educação e pode sim ser uma alternativa para situações em que a educação em modo presencial não se possa realizar seja por questão de tempo, custo/benefício ou barreira demográfica.
A educação a distância é uma forma de ensino que independente das suas características e recursos empregados expressa uma prática educacional fundamentada na construção do conhecimento e formação do ser social.
De forma alguma, a EAD deve ser taxada como modalidade educacional "menor" ou de "segunda opção". Tão pouco deve ser vista como inferior ou como solução para todos os problemas educacionais acumuladas.
Talvez chegue o dia em que não iremos classificar o ensino por sua modalidade, mas sim por suas competências, qualidade, estrutura, planejamento, didática, apreço por ensinar e não apenas passar conteúdo e outros índices mais. Nesse contexto está a educação como cerne, seja ela convencional ou a distância.

REFERÊNCIAS

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SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2002.
PÁDUA, Elisabete Matallo Marchesini de. Metodologia da pesquisa: Abordagem teórico-prática. 10. ed. Campinas: Papirus, 2004.
HAYDT, Regina Célia Cazaux. Curso de didática geral. 8. ed. São Paulo: Ática, 2006.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia na Educação. São Paulo: Cortez, 1994.
COSTA, Marisa Vorraber. Caminhos Investigativos I: Novos olhares na Pesquisa em Educação. Rio de Janeiro: Lamparina, 2007.
CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa em ciência humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 2008.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1990.
ARANHA, Maria Lúcia e Arruda. História da Educação e da Pedagogia: geral e Brasil.
São Paulo: Moderna, 2006.
MORAN, José Manoel. Avaliação do Ensino Superior a Distância no Brasil.
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ABRAED. Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta a Distância.
Disponível em: http://www.abraead.com.br/noticias.cod=x1.asp, acesso em 07 nov. 2009.
ULSEN, Pedro. Pesquisadores apresentam resultados da EaD no Brasil.
Disponível em: http://www.univesp.ensinosuperior.sp.gov.br/45/pesquisadores-apresentam-resultados-da-ead-no-brasil, acesso em 07 nov. 2009.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Incidente em Brasília

É lamentável o que aconteceu em Brasília. Manifestantes opostos aos fatos vergonhosos de corrupção do Sr. Arruda e toda corja, saíram as ruas para protestar. A polícia chegou como bandos para caçar animais e marginais. Cidadãos de bem, talvez como eu e você, que como nós, não aguentamos mais tantas falcatroas, politicagem, crimes de colarinho branco e foram atacados por verdadeiros covardes. COVARDE mesmo, porque quando é bandido de verdade eles não vão enfrentrar. Usem esta avassaladora força contra o tráfico de drogas e outras mazelas impregnadas em nossa sociedade. Bando de marginais de farda. É impressionante como no Brasil o cidadão de bem é oprimido e o bandido de qualquer espécie fica impune. Realmente lamentável.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Comunicação

É impressionante como algumas empresas cometem erros gritantes na hora de anunciar seus produtos e/ou serviços. Gerenciadas por seus proprietários, administradores e até diretores, independente do tamanho ou natureza, como micro-empresa, de pequeno porte, familiar, algumas até maiores e com grande potencial. Quando precisam aparecer para o mercado e tem a oportunidade (uma vez que investir em marketing para muito é sempre um gasto, e nunca sobra para isso) de fazer um anúncio, por exemplo em mídia impressa: jornal, revista, erram de tal forma na imagem ao ponto de prejudicar a empresa e na melhor das hipóteses não comunicar seu público alvo ou target. Mas para que falar em target se muitos não entendem nem de comunicação. Afinal, se eu quero vender pérolas, devo oferecer aos porcos não é mesmo?